Foi descoberto um novo modelo de arrefecimento de painéis solares que pode aumentar sua produção de energia em até 20%. Esse feito só foi possível porque pesquisadores da Universidade Politécnica de Hong Kong, através de estudos, descobriram uma maneira de os painéis solares “suarem”. E o aumento só acontece por conta da aplicação de um gel que vai absorver a água da atmosfera, arrefecendo os painéis solares.
O gel é uma mistura de nanotubos de carbono em polímeros com um cloreto de cálcio que atrai a água. Ele absorve o vapor ao longo da noite, que é o momento em que o ar é mais frio e a umidade é mais elevada. Durante o dia, quando a temperatura aumenta, o gel libera o vapor que ficou retido durante a noite, aumentando a eficiência do painel solar.
A pesquisa para idealizar uma forma de prender o gel na parte de baixo do painel solar tradicional, para que durante o dia o painel pudesse se manter fresco, foi liderada pelo engenheiro ambiental da universidade, Peng Wang junto a sua equipe. Com essa ideia, através de testes livres, obtiveram o resultado de uma queda de 10 graus Celsius na temperatura do painel solar. O que gerou um aumento de produção de energia elétrica dos painéis em cerca de 15% e 19%.
Em relação à quantidade de gel necessária para que esse efeito ocorra, depende diretamente da umidade do local em que o painel está instalado. Em lugares com menor umidade, um painel com média de 1 m², poderá necessitar de até 1kg de gel para ser arrefecido. Ao mesmo tempo que, em lugares mais úmidos, com média de 80% de umidade, só precisará de 300g de gel por m² de painel solar.
De acordo com Jun Shou, “o aumento de eficiência do painel solar é significativo, um aumento de 1% já era bom, considerando o mercado atual”. Acrescentou que, mesmo que seja pouco e até de 0,5% já é excelente para energias renováveis. Mas, apesar dessa boa notícia, os cientistas estão preocupados porque o gel pode ser dissolvido quando exposto à água da chuva, o que afetará o rendimento. Apesar disso, eles já estão pesquisando e desenvolvendo um novo gel de segunda geração que não se degrade, mesmo sendo molhado.
Além dessa solução apresentada, os pesquisadores já estão pesquisando outra opção para reter e condensar novamente a água após evaporado o gel e, potencialmente, usar a água coletada para limpar os painéis, assim como arrefecê-los.