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Desempenho diferente dos módulos fotovoltaicos em climas no Brasil
- abril 1, 2021 clima Brasil energia solar
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O Brasil é um grande expoente na energia solar, que vem aumentando consideravelmente o número de instalações fotovoltaicas pelo país. Mas, você sabia que os módulos fotovoltaicos apresentam desempenhos diferentes, de acordo com o clima e região?
Ficou curioso para saber mais sobre o assunto? Então, nos acompanhe em mais um artigo e descubra os principais fatos e dados sobre o assunto.
Brasil e as diferentes quantidades de irradiação solar
O Brasil é um país de dimensões continentais. Dessa forma, existem diferentes índices de irradiação solar. E isso, impacta diretamente na quantidade de energia produzida pelas placas solares.
Nesse sentido, de acordo com a média de dados de irradiação, o Nordeste é a região com maior radiação, sendo 5,48 kWh/m², seguido do Norte, com 5,08 kWh/m² e do Centro-Oeste que possui 4,95 kWh/m². O Sudeste possui 4,82 kWh/m², a região com menor incidência é o Sul, com 4,44 kWh/m².
Embora o Sul tenha a menor irradiação solar no globo horizontal, a região possui grande potência econômica e técnica para o aproveitamento da energia solar. Com isso, ter a menor incidência de radiação solar nacional, não é uma barreira para a aquisição de sistemas fotovoltaicos. Isso é comprovado quando temos o Rio Grande do Sul e o Paraná como os 3º e 5º lugares respectivamente, no ranking da AbSolar como os estados com maiores potências de energia solar instaladas.
Comparação entre sistemas solares
Um estudo realizado por alunos da Universidade Federal de Santa Catarina, levantou dados sobre as variações entre dois sistemas solares em regiões diferentes, feitos com diferentes módulos fotovoltaicos. O objetivo do estudo, era fazer um comparativo e indicar qual o material mais indicado para os módulos solares em cada região. Assim como comparar os diferentes desempenhos.
O primeiro sistema a ser analisado era a Itiquira na região Centro-Oeste na cidade de Itiquira, MT, com coordenadas 17° S, 54° O. Essa região possui clima tropical, onde no inverno é seco e tem o verão quente e chuvoso.
O segundo MA, Modulo de Avaliação, estava situado na cidade de Aratiba, Rio Grande do Sul, que está a 27° S, 52° O. A região se localiza a baixo do trópico de Capricórnio, caracterizando-se pelo clima subtropical, onde os verões são quentes, com temperaturas superiores a 22 graus e com precipitação de chuva superior aos 30mm nos meses mais secos.
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Resultados da energia solar em Itiquira
Os resultados do estudo mostraram maior incidência de irradiação solar e maiores temperaturas em latitudes mais baixas. Dessa forma, a potência solar na MA de Itiquira era de 5,3kWh/m2. Nessa cidade, a temperatura média anual era de 26,4°C, sendo possível notar que essa região possuía uma irradiação global média diária 27,1% superior quando comparada com a região sul.
Quando comparado a irradiação solar média mensal entre às duas cidades, é possível ver que a cidade mato-grossense apresenta incidência solar e rendimento dos módulos solares 30% maior. Isso porque, Itiquira apresentou média mensal de medida de 168,6 kWh/m², sendo então capaz de gerar 81,2 MWh de energia. Enquanto a obtenção energética do projeto de Arativa foi de 63,3 MWh.
Quando comparado entre os diferentes módulos testados, os que usavam da tecnologia de filme fino de a-Si e CdTe tinham o melhor rendimento. Isso ocorre porque possuem os menores coeficientes de perdas por temperatura quando em regiões com médias mensais maiores que 24°C.
Em contrapartida, os módulos com tecnologia de silício microamorfo tinham os rendimentos e produtividades mensais menores. Além disso, apresentavam perdas por temperatura, perdas por queda de tensão, resistência elétrica de condutores e conectores, sujeira e mismatch.
Ao final do estudo, ficou concluído que os melhores módulos solares para a região, em ordem decrescente de desempenho são a-Si, CdTe, p-Si, CIGS, m-Si e a-Si/µc-Si.
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Resultados da energia solar em Aratiba
O resultado obtido na cidade de Aratiba, foi uma produção energética de em média 4,2 kWh/m 2. A temperatura no sul do país era em média de 20,2 °C, temperatura diária 30,4% menor se comparada com a média da cidade de Itiquira.
Embora a cidade possua menor produção energética, quando comparada com cidades mais localizadas ao norte, a cidade ainda possui grandes ganhos e possibilidades com à energia solar. Isso porque a temperatura ideal para um sistema fotovoltaico varia nos 25 graus. Mas podem gerar energia mesmo em temperaturas menores, devido à intensidade da radiação, a umidade do ar e o período de claridade serem fatores que ajudam na maior geração energética.
Para a região sul, os sistemas fotovoltaicos com painéis de silício cristalino de p-Si e o tipo m-Si, são as melhores opções, porque possuem as maiores perdas por temperatura. Nesse sentido, o desempenho anual médio do painel era de 80%. O desempenho foi ainda maior quando a temperatura era de 16,5°C e 17,5 °C, chegando a superar os 85% de produtividade.
Por outro lado, os módulos de silício microamorfo, a-Si/µc-Si, tiveram os piores desempenhos, além da pouca produção energética e perda de temperatura, a tecnologia apresentava perda de tensão e resistência.
Ao final do estudo, ficou concluído que os módulos com melhores desempenhos para a região, em ordem decrescente de desempenho, são: m-Si, p-Si, CdTe, a-Si, CIGS e a-Si/µc-Si.
Conclusão
Cada região do país possui seu próprio clima e características que impactam diretamente na produção de energia. Por isso, é muito importante pesquisar e descobrir a tecnologia que melhor vai se adaptar ao seu sistema fotovoltaico. O mercado já apresenta diversas opções e está sempre inovando. A energia solar vem crescendo rapidamente e se popularizando devido a seus benefícios.
Nós, do Dica Solar, temos como meta ajudar na democratização da energia solar. Por isso, ajudamos clientes a terem contato direto e rapidamente com instaladores de todo o Brasil. Dessa forma, é possível pesquisar entre as diferentes opções e escolher a que melhor se adapte à sua necessidade.
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